Nascida numa casa onde as mulheres eram vistas apenas como ferramentas para dar à luz filhos, eu já tinha vinte e poucos anos. Eu estava na encruzilhada da vida. Na ponta dos meus dedos havia cerca de cinquenta fotos de homens diferentes. Eles eram os candidatos a parceiros de casamento que meu pai havia preparado. Aqueles que tomaram a iniciativa e se voluntariaram porque queriam a sua companhia, e aqueles que foram recomendados para estreitar os nossos laços com outras empresas. Havia vários motivos, mas eu deveria me casar com um e ter um filho. Essa foi a minha razão de existir nesta casa. Eu não acho que posso amar outro. Eu me pergunto como todo mundo acredita em algo tão disforme como o amor. Foi apenas uma maravilha para mim. O fato de eu não poder fazer algo que qualquer pessoa comum poderia fazer deve ser porque eu era uma pessoa que nunca foi amada adequadamente. Interrompi as inúmeras perguntas sem resposta que mantinha desde o meu nascimento e olhei para as fotos ao meu redor. Que eu o escolhi foi realmente uma coincidência.